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O tabaco mesmo sendo considerado uma droga capaz de causar dependência é tido como uma riqueza agroindustrial e fonte de arrecadação de impostos muito significativa para a nossa economia. O Rio Grande do Sul lidera a produção de tabaco no Brasil que, por sua vez ocupa desde 1990 o terceiro lugar no mundo. Sabe-se, segundo dados da OMS que a cada ano o fumo mata mais de 4 milhões de indivíduos no mundo e que se o consumo mundial não for reduzido, em 2020 serão 10 milhões de mortes anuais. Há aproximadamente 31 milhões de fumantes no Brasil, considerando os indivíduos acima de 15 anos, o que estima uma prevalência (taxa de fumantes na população) em torno de 33%, sendo que a maior proporção encontra-se nas regiões Sul e Sudeste do País. Exatamente as regiões com maiores taxas de morte por doença nas artérias do coração.

Não se dispõe de dados sobre os custos atribuíveis aos danos do tabagismo sobre a saúde das pessoas no nosso meio, mas dados dos Estados Unidos da América em 1993 atingem 50 bilhões de dólares por ano em assistência médico-hospitalar.

Fumar cigarro, independentemente se industrial ou caseiro é a principal causa prevenível de doença e morte prematura entre adultos em todo o mundo”. O fumo traz diversos riscos a saúde, um deles é durante a gravidez (na qual o feto é considerado um fumante passivo) aumentando o número de abortos espontâneos, causando maior incidência de prematuridade, baixo peso ao nascer e maior taxa de infecções respiratórias na criança e no adolescente. O cigarro é responsável por cerca de 90% dos casos de bronquite, enfisema e câncer de pulmão e em torno de 25% dos casos de IAM. Fumar cigarros é a principal causa de câncer de pulmão, boca, laringe, faringe e esôfago, além de contribuir para câncer de bexiga, rim, pâncreas e colo uterino, podendo-se estimar em até 30% a redução de mortes por qualquer tipo de câncer, por meio do controle do tabagismo.

As mulheres que usam anticoncepcional oral e fumam podem ter um risco até 10 vezes maior de IAM, embolia pulmonar (“coágulo entupindo a artéria do pulmão”) e acidente vascular cerebral. A ação carcinogênica do tabaco é aumentada pela exposição a diversos poluentes ocupacionais, como o asbesto. O consumo de álcool associado ao fumo aumenta significativamente os riscos de câncer de boca, laringe e esôfago.

De acordo com um estudo inglês, aqueles que pararam de fumar aos 60, 50, 40 ou 30 anos ganham respectivamente, 3, 6, 9 ou 10 anos na expectativa de vida, ou seja, os que param de fumar até os 30 anos reduzem o risco em praticamente 100%.

O risco, para os fumantes de cigarro, é dose-dependente: aumenta com a duração, a quantidade e o tempo de exposição, ou seja, o risco é maior quanto maior for o tempo e o número de cigarros fumados. Porém, a dose não está relacionada somente com o número de cigarros fumados, mas, também, com a quantidade de alcatrão existente no produto, com as características do filtro e a profundidade de inalação.

A expressão FUMANTE PASSIVO, é utilizada para caracterizar o risco dos não-fumantes expostos à fumaça em ambientes fechados, o que devido a alta prevalência de fumantes em nosso meio, aumenta o número de pessoas expostas ao risco, acrescendo-se cerca de 2/3 dos não fumantes como FUMANTES INVOLUNTÁRIOS OU PASSIVOS. A exposição passiva apresenta 20% de aumento de risco de doença nas artérias coronárias.

A fumaça produzida pelo cigarro pode ser dividida em dois tipos: o primeiro, a corrente principal (em geral 20%), de uso exclusivo do fumante, que é inalada e após parcialmente devolvida ao ambiente e o segundo, corrente secundária (que pode chegar a 80%) que é liberada da ponta do cigarro e polui o ar ambiente. A quantidade de substâncias químicas na secundária é maior, mas sua concentração vai depender do tempo de incubação no ambiente e do tempo que cada pessoa fica exposta a este ambiente. A análise dos componentes da queima do cigarro demonstrou que a corrente secundária contém 3x mais monóxido de carbono, 8x mais nicotina e alcatrão e, muitas vezes mais uma série de outras substâncias também tóxicas e cancerígenas. A mensagem que queremos deixar nesse momento, é que você que não é fumante deve defender seus direitos, de possuir um ambiente para não-fumantes em locais públicos e que esses locais possuam métodos para diminuir a concentração de fumaça através de melhor circulação de ar. ENTÃO, OS RISCOS DO FUMANTE PASSIVO TÊM SIDO CADA VEZ MAIS VALORIZADOS, O QUE PODE SER MEDIDO PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SÁUDE QUE CONSIDERA O TABAGISMO COMO A MAIOR E MAIS FREQUENTE FORMA DE POLUIÇÃO AMBIENTAL NOS DIAS DE HOJE.

  • ABANDONO DO TABAGISMO – QUAIS OS RISCOS E BENEFÍCIOS ?

Parar de fumar é capaz de impedir a progressão da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), além de reduzir os riscos de desenvolver câncer de pulmão, infarto do miocárdio, AVC (derrame cerebral) e outras doenças. Mesmo para aquelas pessoas que têm o hábito de fumar há muitos anos, sempre haverá benefícios ao parar de fumar. Esse ganho se dará em termos de uma vida mais saudável, com menos chances de adoecer, ou seja, com melhora na qualidade de vida.

Conforme a OMS, o tabagismo é o segundo maior fator de risco para doenças cardiovasculares. Em mulheres que fumam e fazem uso de contraceptivo hormonal o risco cardiovascular aumenta até 20 vezes. O estudo canadense INTERHEART, realizado em 52 países dos cinco continentes mostra a relação linear entre o número de cigarros consumidos e o risco de infarto (IAM). Fumantes de até 5 cigarros por dia apresentam risco relativo de IAM aumentado em 1,5x; fumantes de até 10 cigarros/dia em 2x; fumantes de até 20 cig/dia em 4x e fumantes de até 2 maços/dia em 8x.

Após para de fumar você experimentará muitos benefícios, veja alguns:

12 horas após parar de fumar

Os níveis de monóxido de carbono do seu sangue caem, ficando próximo do normal.

24 horas após parar de fumar

Sua chance de ter um ataque cardíaco será menor.

1 a 9 meses após parar de fumar

Sua capacidade respiratória estará melhor, com redução da falta de ar e da tosse.

1 ano após parar de fumar

Seu risco de ter um ataque cardíaco será 50% menor ao risco que você tinha quando fumava.

Mais de 5 anos após parar de fumar

Seu risco de ter derrame diminui e fica praticamente igual ao de uma pessoa que nunca fumou.

10 anos após parar e fumar

Seu risco de ter câncer de pulmão estará 50% menor.

15 anos após parar de fumar

Seu risco de sofrer doenças cardíacas se tornará quase igual ao de uma pessoa que nunca fumou.

Embora a razão para as pessoas terem iniciado com o hábito de fumar seja as mais diversas, a dificuldade em largar o cigarro é basicamente a mesma: dependência, física e psicológica, à nicotina. Essa dependência é uma situação em que o organismo passa a não tolerar a ausência da nicotina, reagindo com extremo sofrimento frente a essa situação. A dependência é caracterizada por pelo menos um dos seguintes critérios:

    • Tolerância: com o passar do tempo o indivíduo já não obtém o mesmo prazer com a mesma quantidade de nicotina, ele precisa de quantidades cada vez maiores da substancia, logo fuma cada vez mais;

    • Desejo persistente: o fumante passa grande parte do tempo em atividades como a de conseguir o cigarro, de usar o cigarro. O tabagista persiste com o uso do cigarro mesmo sabendo que sua saúde está sendo prejudicada. Há um prejuízo das atividades sociais, ocupacionais ou recreativas por causa do cigarro;

    • Síndrome de abstinência: o paciente passa a apresentar uma série de sintomas quando fica sem a nicotina. Essa é, sem dúvida, a principal característica da dependência provocada pela nicotina presente no cigarro.

O maior obstáculo que o paciente encontra em tentar parar de fumar são sintomas da abstinência: ansiedade, irritação, depressão, dor de cabeça, tontura, desanimo, dificuldade de concentração e palpitação. Eles atingem intensidade máxima após 2 a 3 dias sem fumar, reduzem com uma semana e geralmente desaparecem após um mês. Embora, boa parte dos fumantes consiga abandonar o tabagismo por conta própria, existe uma parcela considerável que irá necessitar de auxílio médico e do uso de remédios (reposição de nicotina, bupropriona, vareniclina) para largar o vício. No entanto, a participação do paciente é a parte fundamental para o sucesso do tratamento. É necessário que o indivíduo esteja disposto a parar de fumar e discuta abertamente com o médico as suas expectativas, suas angústias e as opções terapêuticas que podem ser empregadas. Idealmente, toda família deve participar no auxilio ao paciente, incentivando-o e o afastando-o das situações em que ele habitualmente fumava (bebidas alcoólicas, jogos, estresse, ambientes com fumantes,etc).

Atualmente, há terapia com medicamentos disponíveis para auxiliar no abandono do cigarro que têm demonstrado excelentes resultados no abandono do cigarro.

Fonte: respireeviva.com.br