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Devemos fechar Forame Oval Patente (FOP) em adultos?

Sabe-se que 25% da população apresenta FOP, mas nem todos apresentam problemas em consequência disso. Pacientes com FOP podem ter um risco aumentado de AVC, pois FOP é duas vezes mais comum em pacientes que experimentaram AVC criptogênico do que na população geral. O diagnóstico de forame oval patente é feito através de ecocardiografia transesofágica com administração de microbolhas. O fechamento desta pequena abertura nos átrios segue questionável, por dados conflitantes na literatura médica, mas no ano de 2017 dois estudos foram importantes em favor do fechamento.

O Gore-REDUCE trial randomizou 664 pacientes com shunts de diferentes volumes (80% moderados ou importantes) em sete países para fechamento percutâneo ou antiplaquetário. Endpoints primários: AVC isquêmico recorrente clinicamente ou novo infarto cerebral (clinicamente ou infarto cerebral na ressonância nuclear magnética (RNM) em 24 meses.

Esse estudo mostrou uma redução de 5,6% no risco absoluto para novos infartos cerebrais e de 77% no risco relativo para AVC recorrente e 49% para novo infarto cerebral na RNM naqueles paciente submetidos ao fechamento do FOP com um NNT = 28 em dois anos, ou seja, prevenindo um novo AVC a cada 28 pacientes tratados. Porém, mais detalhes são necessários para o futuro, em relação aos desfechos de segurança, pois houve um aumento na taxa de fibrilação atrial (6,6% x 0,4%) no grupo fechamento e nesse grupo também ocorreram 6 complicações adversas sérias: 3 deslocamentos de dispositivo, 2 tromboses do dispositivo e 1 dissecção de aorta.

O CLOSE trial envolveu 663 pacientes com AVC criptogênico e FOP com aneurisma do septo atrial ou shunt importante em 32 locais da França e 2 na Alemanha. Os pacientes forma divididos em 3 grupos: fechamento percutâneo, anticoagulante oral ou antiplaquetário, com follow-up médio de 5 anos. Obteve-se uma redução de risco absoluto de 4,9% no grupo fechamento percutâneo com um NNT = 20 em cinco anos, ou seja, evitando um novo AVC para cada 20 pacientes tratados. Em relação aos desfechos de segurança, ocorreram 14 complicações (5,9%) maiores do procedimento: 9 fibrilação atrial ( 4,6% x 0,9%), 1 flutter atrial, 2 taquicardia supraventricular, 1 embolia aérea e 1 hipetermia.

A chave desses trials foi excluir adequadamente pacientes com outras causas cardíacas (fibrilação atrial, DAC ou doença de pequenos vasos) de AVC. Além disso, a associação de AVC e FOP é mais comum em pacientes jovens, o que foi demontrado pela idade média (40 anos) dos pacientes incluídos.

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