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aterosclerose

HOPE – 3: Redução de colesterol em pacientes de risco intermediário sem doença cardiovascular estabelecida

Referência: Yusuf S, Bosch J, Dagenais G, Zhu J, Xavier D, et al. Cholesterol Lowering in Intermediate-Risk Persons without Cardiovascular Disease. N Engl J Med. 2016 Apr 2. [Epub ahead of print]

Introdução: O uso de estatina reduz indubitavelmente o risco cardiovascular em indivíduos com eventos prévios ou risco cardiovascular elevado. Entretanto, em indivíduos sem evento cardiovascular prévio e de risco intermediário, o uso de estatinas independente dos valores de colesterol, nunca havia sido avaliado.

Metodologia: O HOPE-3 foi uma estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo realizado em 228 centros em 21 países. O estudo teve um desenho fatorial 2 x 2. Este braço do estudo comparou dose fixa de rosuvastatina 10mg com placebo, independente dos valores de LDL. Foram incluídos pacientes eventos cardiovasculares prévios que apresentavam risco cardiovascular intermediário. O estudo não definiu níveis específicos de colesterol ou de pressão arterial para a inclusão.

Desfecho primário: o primeiro foi o composto de morte por causas cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal. O segundo desfecho primário foi parada cardíaca ressuscitada, insuficiência cardíaca e revascularização miocárdica.


Resultados: Foram randomizados 6351 pacientes no grupo Rosuvastatina e 6344 pacientes no grupo Placebo. O nível médio de colesterol de LDL foi 26,5% inferior no grupo rosuvastatina do que no grupo placebo no fim do tratamento. O primeiro desfecho primário ocorreu em 235 participantes (3,7%) no grupo rosuvastatina e em 304 participantes (4,8%) no grupo placebo (hazard ratio, 0,76; 95% intervalo de confiança [IC], 0,64 a 0,91; P = 0,002). Os resultados para o segundo resultado primário foram consistentes com os resultados para o primeiro (que ocorreu em 277 participantes [4,4%] no grupo rosuvastatina e em 363 participantes [5,7%] no grupo de placebo; taxa de risco, 0,75; IC de 95%, 0,64-0,88; P <0,001). No grupo da rosuvastatina, não houve excesso de diabetes ou de câncer, mas houve um aumento significativo de cirurgias de catarata e sintomas musculares. O NNT (número necessário para tratar) por 5,6 anos para prevenir um evento primário foi de 72 e para o segundo evento primário foi de 63.

Conclusão: O estudo Hope-3 demonstrou que indivíduos com risco cardiovascular intermediário se beneficia do uso de rosuvastatina, independentemente dos valores de colesterol e pressão arterial às custas de efeitos colaterais aceitáveis. Este estudo pode mudar paradigmas na prevenção da aterosclerose, minimizando o uso de PCR ultrassensível, escore de cálcio, entre outras ferramentas utilizadas na tentativa de identificar pacientes que poderiam se beneficiar de estatina em uma população de risco intermediário, uma vez que toda esta população parece se beneficiar de estatina.

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